terça-feira, 20 de julho de 2010

20 de Julho de 2010 - 100 anos

Inaugurado no dia 20 de julho de 1910, o Porto do Rio de Janeiro chega ao primeiro centenário com a promessa de projetos de expansão. O objetivo é atender à crescente demanda por maior capacidade e movimentação de mercadorias e passageiros de cruzeiros. Além disso, está prevista a licitação de um terminal de cargas e serviços offshore que possa atender às plataformas de petróleo próximas à costa do Rio.

A previsão é investir, até 2014, ano da Copa do Mundo do Brasil, cerca de R$ 1,6 bilhão na modernização e ampliação do Porto do Rio. Segundo Jorge Luiz de Mello, diretor-presidente da Companhia Docas do Rio, que administra o porto, R$ 1 bilhão dos recursos para esses investimentos virão da iniciativa privada e os outros R$ 600 milhões, de aportes de dinheiro público feitos pelo governo federal para a companhia.

O R$ 1 bilhão que vai ser investido pela iniciativa privada está previsto para vir de recursos próprios dos arrendatários dos terminais de contêineres e automóveis. Esse dinheiro será empregado na ampliação da capacidade de estocagem de contêineres e veículos, incluindo o aterramento de parte da Baía de Guanabara e a construção de um edifício-garagem de cinco andares, e na ampliação do cais, para que possa receber navios maiores.

Da verba que vai ser repassada pela União, R$ 314 milhões vão ser destinados a melhorias no terminal de passageiros, onde serão construídos três novos píeres de atracação. “Hoje, nós conseguimos receber até dois navios de passageiros. Ao final das obras, vamos poder receber, no mínimo, seis transatlânticos, podendo chegar a até oito navios, dependendo do tamanho deles”, ressaltou Mello. Segundo ele, o Porto do Rio, que hoje recebe, por ano, cerca de 600 mil turistas, vai receber 1 milhão de visitantes em 2014.

O diretor-presidente da Docas do Rio explicou que os recursos já estão previstos no PAC I e no PAC da Copa do Mundo. “É o chamado ‘PAC da Mobilidade’, destinado a portos e aeroportos”, disse Mello.

Sobre a possibilidade da mudança de poder no governo federal, Mello ressaltou que não acredita que os investimentos possam ser interrompidos. “Eu não tenho como afirmar que estão garantidos os recursos caso seja eleito o governo A ou B. Mas tenho certeza absoluta de que, seja qual for o novo presidente, a comunidade portuária e a sociedade brasileira não vão deixar retroceder esse processo de desenvolvimento dos portos”, finalizou Mello.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Made in Brazil


Urna eletrônica, walkman, rádio, balão, máquina de escrever. Não se espante caso lhe digam se tratar de inventos nacionais. Essas e outras máquinas usadas no mundo todo surgiram da cabeça de cidadãos brasileiros. O nosso mais famoso inventor é Santos-Dumont, criador do avião e de outras coisas bacanas. Mas o padre Bartolomeu de Gusmão também ganhou os ares, 200 anos antes, à bordo de um balão, invenção sua. Teve a ideia ao ver uma bolha de sabão subir, impulsionada pelo calor de uma vela. Os padres brasileiros, pelo jeito, têm aptidão para bolar coisas novas. Francisco João de Azevedo criou a máquina de escrever em 1861. Em 1893, Landell de Moura transmitiu sua voz a uma distância de oito quilômetros. Chamaram-no de bruxo, de impostor. Um ano depois, o italiano Guglielmo Marconi entrou para a história como o criador do rádio. Se você gosta de saber quem está te ligando, agradeça ao mineiro Nelio José Nicolai. O sujeito criou o identificador de chamadas em 1977. No mesmo ano, Andreas Pavel patenteou o “pequeno equipamento de fixação corpórea para a reprodução de eventos auditivos em alta qualidade”. Não se assuste, é apenas o walkman. Uma das últimas invenções nacionais importantes é a urna eletrônica, copiada no mundo todo. Com o equipamento, diminuem o tempo de apuração dos votos e os riscos de fraudes eleitorais. Mais um voto para o Brasil!

NOEL ROSA NO ALTAR

Ao saber do casamento de um primo, Noel Rosa mandou o recado: “Meu querido primo Jacy, um abraço! Quero com ele dar os meus pêsames pelo seu casamento”. Contrair núpcias não figurava entre as prioridades do jovem sambista. Aos 23 anos, ele teve um rápido relacionamento com Lindaura, então menor de idade. Não esperava que a mãe da moça fosse reclamar com o delegado: “Noel raptou minha filha!”. A condição para não abrir o inquérito era que ele se casasse com Lindaura. Noel disse que preferia a cadeia, mas acabou cedendo. Na foto, tirada em 1º de dezembro de 1934, demonstra toda a satisfação por entrar no time dos casados.
Observação:
Altar - Espécie de mesa destinada aos sacrifícios e outras cerimônias religiosas, em qualquer religião. 2 Pedra retangular, mais ou menos do formato de uma mesa, sobre a qual se celebra a missa. 3 Lugar elevado para oferecer sacrifícios aos deuses ou heróis.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Arcos da Lapa


O Aqueduto da Carioca, popularmente conhecido como os Arcos da Lapa, localiza-se no bairro da Lapa, na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil.
Considerada como a obra arquitetônica de maior porte empreendida no Brasil durante o período colonial, é hoje um dos cartões postais da cidade, símbolo mais representativo do Rio Antigo preservado no bairro boêmio da Lapa.
Os primeiros estudos para trazer as águas do rio Carioca para a cidade remontam a 1602, por determinação do então governador da Capitania do Rio de Janeiro, Martim Correia de Sá (1602-1608). Em 1624, um contrato para a construção do primitivo conduto foi firmado com Domingos da Rocha, que não chegou a iniciar os trabalhos. Em 1660 apenas 600 braças de canos estavam assentadas, tendo as obras recebido impulso em 1706, sob o governo de D. Fernando Martins Mascarenhas Lancastro (1705-1709).
Em 1718, sob o governo de Antônio de Brito Freire de Menezes (1717-1719), iniciaram-se as obras de instalação dos canos de água através da antiga Rua dos Barbonos (atual Rua Evaristo da Veiga). Sob o governo de Aires de Saldanha de Albuquerque Coutinho Matos e Noronha (1719-1725), em 1720 o encanamento alcançava o Campo da Ajuda (atual Cinelândia), ainda nos arrabaldes da cidade à época. Foi este governador quem, alterando o projeto original, defendeu a vantagem de se prolongar a obra até ao Campo de Santo Antônio (atual Largo da Carioca), optando pelos chamados Arcos Velhos – um aqueduto ligando o morro do Desterro (atual morro de Santa Teresa) ao morro de Santo Antônio, inspirado no Aqueduto das Águas Livres, que então começava a se erguer em Lisboa. A obra estava concluída em 1723, levando as águas à Fonte da Carioca, chafariz erguido também nesse ano, que as distribuía à população no referido Campo de Santo Antônio.
A solução foi paliativa, uma vez que já em 1727 se registram reclamações de falta de água, atribuindo-se à ação de quilombolas (escravos fugitivos, que viviam ocultos nas matas) a responsabilidade pela quebra dos canos. Mais tarde, o governo pediu contas ao encarregado pela conservação da obra o qual, furtando-se ao seu dever, evadiu-se. Foram estabelecidas, ainda, penas para os atos de vandalismo contra a obra.
O governador Gomes Freire de Andrade (1733-1763) determinou, em 1744, a reconstrução do Aqueduto da Carioca, com pedra do país, diante do elevado custo da cantaria vinda do reino. Com risco atribuído ao brigadeiro José Fernandes Pinto Alpoim, recebeu a atual conformação, em arcaria de pedra e cal. A Carta Régia de 2 de maio de 1747 determinou que as águas fossem cobertas por abóbada de tijolos, para evitar o seu desvio mal-intencionado.
Inaugurado em 1750, as águas brotaram aos pés do Convento de Santo Antônio, em um chafariz de mármore, através de 16 bicas de bronze. Mais tarde essa água foi estendida, através da Rua do Cano (atual Rua Sete de Setembro), até ao Largo do Paço (atual Praça XV), onde os navios vinham abastecer-se.
Na segunda metade do século XIX, durante o Império e, posteriormente, diante do advento da República, novas alternativas para o abastecimento de água aos moradores da cidade do Rio de Janeiro foram sendo utilizadas. O aqueduto, a partir de 1896 passou a ser utilizado como viaduto para os novos bondes de ferro da Companhia de Carris Urbanos, principal meio de acesso do centro aos altos do bairro de Santa Teresa, até os dias de hoje.
Conservados pelo poder público, em nossos dias, os antigos arcos coloniais servem de pano de fundo para diversos eventos, como as festividades da Semana Santa e o tradicional Auto de Natal da cidade