sábado, 9 de outubro de 2010

Jaguar: Não vale a pena ver de novo

Rio  - O horário eleitoral gratuito é um milagre: consegue ser o pior programa da tevê, até mesmo que o inominável ‘Hipertensão’ (ou coisa parecida), filho bastardo do ‘Big Brother’. Gratuito? Desde quando marqueteiros trabalham de graça? Candidatos (as) são vendidos — e mal — como produtos de supermercado. Chega de intermediários: marqueteiros no poder.
Ulysses Guimarães, nosso último estadista, morreu no mar de Angra. Canastrões e canastronas, pleiteando a presidência e outras bocas menos ricas, repetem como papagaios textos que beiram a indigência. A novela das eleições de 2010 é assustadoramente inferior à subliteratura de todas as novelas da tevê já exibidas. A coisa tá feia. Não me refiro apenas ao visual dos candidatos. Nenhum (a) pode ser considerado, convenhamos, um tipo de beleza. Serra parece um vampiro extraviado nos trópicos; Marina, a Frida Kahlo da selva, analfabeta até os 16 anos, tem mais vocabulário que a comissária Dilma. E aquele sorriso afivelado na cara deles? Deviam ter feito um curso intensivo de riso simpático. Como no bolero dos mexicanos do anúncio da tevê: “Que cosa triste”.
Aberrações nesta eleição: gente condenada por roubo, fraude e outras falcatruas poderá ser eleita com o nada-consta do TSE. O malfeitor Roriz, impedido, escalou a patroa, uma dona de casa, para substituí-lo. E o pior é que ela pode ganhar o debate final se for massacrada, como é previsível. Por quê? Vão ficar com pena dela, tadinha. É asqueroso jogar a mulher às feras, como fez Roriz. Vai aí a culpa dos eleitores que votaram em Roriz e Garotinho.
Tiririca é pior que Cacareco: leva para o DF um bando de picaretas (como disse Lula). Menos mal: Picciani, Jader Barbalho, o aterrador Collor e outros da mesma laia foram barrados. Nada mais politicamente incorreto que a política. A democracia é o governo do povo, né? Mas o voto é obrigatório. Quem autorizou? Nós, o povo? É ruim, hein! Resumo da ópera: bleargh! Bleargh!

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