segunda-feira, 23 de maio de 2011

Monteiro Lobato

Contista, ensaísta e tradutor, este grande nome da literatura brasileira nasceu na cidade de Taubaté, interior de São Paulo, no ano de 1882. Formado em Direito, atuou como promotor público até se tornar fazendeiro, após receber herança deixada pelo avô. Diante de um novo estilo de vida, Lobato passou a publicar seus primeiros contos em jornais e revistas, sendo que, posteriormente, reuniu uma série deles em Urupês, obra prima deste famoso escritor.

Em uma época em que os livros brasileiros eram editados em Paris ou Lisboa, Monteiro Lobato tornou-se também editor, passando a editar livros também no Brasil. Com isso, ele implantou uma série de renovações nos livros didáticos e infantis.

Este notável escritor é bastante conhecido entre as crianças, pois se dedicou a um estilo de escrita com linguagem simples onde realidade e fantasia estão lado a lado. Pode-se dizer que ele foi o precursor da literatura infantil no Brasil.

Suas personagens mais conhecidas são: Emília, uma boneca de pano com sentimento e idéias independentes; Pedrinho, personagem que o autor se identifica quando criança; Visconde de Sabugosa, a sabia espiga de milho que tem atitudes de adulto, Cuca, vilã que aterroriza a todos do sítio, Saci Pererê e outras personagens que fazem parte da inesquecível obra: O Sítio do Pica-Pau Amarelo, que até hoje encanta muitas crianças e adultos.

Escreveu ainda outras incríveis obras infantis, como: A Menina do Nariz Arrebitado, O Saci, Fábulas do Marquês de Rabicó, Aventuras do Príncipe, Noivado de Narizinho, O Pó de Pirlimpimpim, Reinações de Narizinho, As Caçadas de Pedrinho, Emília no País da Gramática, Memórias da Emília, O Poço do Visconde, O Pica-Pau Amarelo e A Chave do Tamanho.

Fora os livros infantis, este escritor brasileiro escreveu outras obras literárias, tais como: O Choque das Raças, Urupês, A Barca de Gleyre e o Escândalo do Petróleo. Neste último livro, demonstra todo seu nacionalismo, posicionando-se totalmente favorável a exploração do petróleo apenas por empresas brasileiras.

No ano de 1948, o Brasil perdeu este grande talento que tanto contribuiu com o desenvolvimento de nossa literatura.

Ziraldo

O nome de Ziraldo veio da combinação criativa dos nomes de sua mãe, Zizinha, com o de seu pai, Geraldo. Ziraldo Alves Pinto era o mais velho de uma família de sete irmãos. Em 1949, foi com o avô para o Rio de Janeiro. Em 1950 voltou para sua cidade para fazer o Tiro de Guerra e terminar o Científico. Em 1957, formou-se na Faculdade de Direito de Minas Gerais, em Belo Horizonte. No ano seguinte casou-se com Vilma Gontijo com quem teve três filhos.

Artista desde pequeno, gostava de desenhar e de ler Monteiro Lobato, Viriato Correia, Clemente Luz, e as revistas em quadrinhos da época. A carreira de Ziraldo começou com colaborações mensais na revista "Era Uma Vez...". Em 1954 começou a trabalhar no jornal "A Folha de Minas", com uma página de humor.

Em 1957, publicou seus trabalhos na revista "A Cigarra" e, posteriormente, em "O Cruzeiro". Em 1963, começou colaborar para o "Jornal do Brasil". Trabalhou também nas revistas "Visão" e "Fairplay".

Como artista gráfico, Ziraldo fez cartazes para inúmeros filmes do cinema brasileiro. Nos anos 60, seus cartuns e charges políticas começaram a aparecer na revista "O Cruzeiro" e no "Jornal do Brasil". Personagens como a Supermãe e o Mineirinho tornaram-se populares. Ziraldo publicou a primeira revista brasileira do gênero quadrinhos feita por um só autor, reunindo "A Turma do Pererê ".

Em 1964, com o governo militar, a revista foi encerrada. Os personagens voltaram a ser publicados em 1975 pela Editora Abril. Durante o período da ditadura, Ziraldo lutou contra a repressão. Fundou, junto com outros humoristas, o mais importante jornal não-conformista, "O Pasquim", que incomodou o regime militar até o seu fim.

Ziraldo teve seu talento reconhecido internacionalmente com a publicação de suas produções em várias revistas da Inglaterra, da França, e dos Estados Unidos. No ano de 1969, ganhou o Oscar Internacional de Humor no 32º Salão Internacional de Caricaturas de Bruxelas e o Merghantealler, prêmio máximo da imprensa livre da América Latina. Foi convidado a desenhar o cartaz anual da Unicef, honra concedida pela primeira vez a um artista latino.

Seu primeiro livro infantil, "Flicts", relata a história de uma cor que não encontrava seu lugar no mundo. Desde a década de 70, Seus cartuns percorrem revistas de várias partes do mundo. Alguns de seus desenhos foram selecionados para fazer parte do acervo do Museu da Caricatura de Basiléia, na Suíça.

Em 1979, Ziraldo publicou "O Planeta Lilás" e, no ano seguinte, ganhou o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro com o livro O Menino Maluquinho, que se transformou no maior sucesso editorial e foi adaptado para o teatro, o cinema e para internet, e teve uma versão para ópera infantil. Em 1989, começaram a ser publicadas a revista e as tirinhas em quadrinhos desse personagem.

Em 1994, alguns de seus personagens transformaram-se em selos comemorativos de Natal. Os livros de Ziraldo já foram traduzidos para vários idiomas. "Flicts" já foi enredo de escola de samba em Juiz de Fora e, no carnaval de 1997, Ziraldo foi novamente homenageado e desfilou no alto de um carro com um enorme Menino Maluquinho. Na televisão Ziraldo participou de inúmeros programas. Foi entrevistador na TV Educativa, com o programa "Ziraldo - o papo", no início dos 90.

Em 1999, criou, de uma só vez, duas revistas: Bundas e Palavra. Bundas foi uma resposta bem-humorada às revistas de celebridades. Por sua vez, Palavra se destinava a divulgar e discutir a arte que se faz fora do eixo Rio-São Paulo. No ano 2000, Ziraldo foi convidado para montar um parque de diversões temático em Brasília, o Ziramundo. No início de 2002, surgiu "O Pasquim21", um jornal semanal que tentou reviver, sem sucesso, o histórico O Pasquim.

No carnaval de 2003, Ziraldo foi homenageado pela escola de samba paulista Nenê de Vila Matilde, com o enredo "É Melhor ler... O Mundo Colorido de um Maluco Genial". Em 2004 Ziraldo ganhou, com o livro Flicts, o prêmio internacional Hans Christian Andersen. Sua arte gráfica também pode ser identificada em logotipos, ilustrações, cartazes do Ministério da Educação, camisetas e símbolos de campanhas públicas ou privadas.